Tillandsia - Bromélia de Tillandz
Elias Tillandz, botânico finlandês (1640 -1693).
As Tillandsias são um dos vários géneros da família botânica das bromélias, aquele que compreende maior numero de espécies - cerca de 500. São originárias das Américas do Sul e Central. Habitam em climas tão diferentes como as zonas tropicais húmidas: bosques e selvas chuvosas, ou zona áridas: desertos e montanhas, em todas as altitudes.
As espécies com folhas de fina espessura e lisas, habitam zonas mais chuvosas e sombrias, enquanto que as variedades com folhas mais grossas e texturadas, são oriundas de regiões mais secas e luminosas.
A principal característica destas plantas é a de que não necessitam de solo para cumprirem o seu ciclo de vida (embora algumas, poucas, espécies também cresçam em terra). A maioria das espécies têm as folhas cobertas de micro células – os tricomas – que lhes permitem processar os nutrientes contidos no ar através das folhas, com o auxílio da humidade. Vivem sobre os troncos de árvores e cactos (sem as parasitarem) - epífitas, ou sobre rochas - litófitas. Em boa verdade, nas suas regiões de origem, apenas não são vistas a crescer sobre metal…
Princípios base de manutenção:
As tillandsias obedecem ao ciclo-base de vida das bromélias:
MANUTENÇÃO – FLORAÇÃO – REPRODUÇÃO
O que significa que, se conseguirmos manter uma bromélia em boas condições, ela irá florir, e subsequentemente produzir rebentos, que, se mantidos em boas condições, irão por sua vez florir… Um ciclo que com facilidade se poderá observar nestas extraordinárias plantas.
O aspecto geral da sua planta é o melhor indicador das suas necessidades.
* Sinais de boa forma:
- Planta com bom aspecto geral, a formar novas folhas (a partir do centro)
- Formação de raízes
- Foração. Em algumas espécies, as plantas “coram”, (“blush effect”) antes de se produzir a floração. As folhas centrais tornam-se avermelhadas, voltando a ficar verdes após terminada a floração.
- Produção de rebentos
Existem espécies de tillandsias que, embora em boas condições, dificilmente formam raízes e raramente florescem. Nestes casos, para atestar a boa forma da planta, será necessária uma observação especialmente atenta para verificar o estado da planta.
De qualquer forma, cada espécie tem as suas particularidades. Descobri-las é um estimulante desafio para quem aprecia o mundo natural.
De um modo geral, poderemos dividir as espécies de tillandsias aéreas em dois tipos : Tipo A - Verdes - plantas com folhas finas, lisas (sem textura), maiores, que apresentam diversos tons de verde, e Tipo B – Prateadas - Plantas com folhas verde acinzentado, mais duras, algumas com textura aveludada.
Para termos tillandsias em boas condições, teremos que observar 4 factores base: temperatura, humidade, luz e ar em movimento.
* Temperatura –Ideal – entre 10 e 30 graus Celsius; Tolerada – desde que abrigadas, entre 3 e 40 graus Celsius. As do tipo B: toleram temperaturas mais altas.
* Regas – A frequência de rega depende de três factores:
1- Época do ano – tempo quente mais regas ; tempo frio menos regas.
2- Localização da planta – interior menos regas ; exterior mais regas.
3 – Espécie - tipo A: mais regas; tipo B: menos regas.
Como regar:
Por aspersão - borrifar abundantemente até a planta ficar a escorrer.
Por imersão – submergir a planta durante alguns segundos num recipiente com água e deixar escorrer.
Devem sempre secar entre regas.
* Iluminação – As tillandsias toleram luz artificial, porém, a fonte luminosa deverá estar a mais de 30 cm da planta. Em interior, mesmo que iluminada artificialmente, a planta deverá estar junto a uma fonte de luz natural. Alguns raios de sol directo pela manhã ou ao entardecer poderão favorecer a floração. Um alpendre (não virado a norte) poderá ser um excelente lugar para colocar tillandsias durante todo o ano. Tipo A - menos luz, e tipo B - mais luz.
* Arejamento -Todas as espécies apreciam boa circulação de ar e temperaturas temperadas. Nunca se deve colocar uma tillandsia num local de permanente corrente de ar.
* Montagem – As tillandsias podem ser dispostas de diversas formas, apenas com uma regra, a de que devem ficar viradas para cima, de forma a que possam tirar partido das regas e deixar escorrer a água em excesso. A melhor forma de as manter, é presas a um pequeno tronco de madeira (natural, sem tintas, vernizes, etc.), que se poderá suspender com arame fino ou pousar sobre, por exemplo, a terra de um vaso de plantas, ou um parapeito de janela. Nunca deve deixar a planta em contacto directo com água, terra húmida ou qualquer fonte de humidade permanente.
Para as prender o tronco podem-se usar cintas e electricista, fio de nylon ou arame fino (cobre não).
Podem ser também utilizados como suportes, cortiça, pedras rugosas e porosas, fibra de coco, armações de arame, ou podem ser simplesmente suspensas com um fio.
*Propagação – as tillandsias reproduzem-se por sementes (processo difícil de obter nas nossa casas) e por rebentos que tendem a formar uma colónia. Esses rebentos podem ser separados, mas apenas quando tiverem cerca de metade do tamanho da planta mãe. Nessa altura poderão ser montados noutro suporte.
*Raízes – Apenas servem como mais um indicador do estado da planta: se começarem a crescer novas raízes, é sinal de que a planta está a gostar da forma como está a ser tratada.
Coleccionar tillandsias
Começar uma colecção de plantas aéreas é um estimulante desafio que lhe trará momentos de calmo prazer e ligação à natureza. Uma vez que se podem reproduzir com facilidade, existe sempre a hipótese de trocas entre coleccionadores.